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Posts Tagged ‘Deus’

A Cabana (William P. Young) *****

acabanaPublicado inicialmente nos Estados Unidos por uma editora pequena segundo dizem criada especialmente para publicar este livro. As editoras cristãs se recusaram a publicá-lo por considerá-lo um tanto herético. As editoras seculares se recusaram porque achavam que o livro falava demais de Jesus. O fato é que o livro se tornou um best-seller mundial.

O livro conta a história de Mackenzie Allen Philips, que tem sua filha raptada durante as férias da família. Numa cabana distante e abandonada são encontradas evidências de que a criança foi assassinada com crueldade. Quatro anos depois Mack recebe um bilhete estranho, supostamente de Deus, convidando para um fim-de-semana na mesma cabana.

Pra mim o livro foi um convite a humildade, apresentando Deus como nunca antes. Sei que posso confiar no amor de Deus, mas a verdade é que Ele é muito maior que a nossa mente possa alcançar, e talvez seja completamente diferente do que as nossas concepções religiosas.

Também não concordei com todas as ideias  no livro, mas devemos entender que é uma obra de ficção, o autor não teve a intenção de dizer que tudo o que afirma sobre Deus é verdade, apenas deixar muitas idéias no ar.

Fora que algumas cenas retratadas no livro são belíssimas, mal vejo a hora de ver uma bem provável versão cinematográfica. Recomendado.

Não tenho fé suficiente para ser ateu (Norman Geisler, Frank Turek) *****

naotenhofeUm dos melhores livros que já li.

Idéias com o objetivo de destruir a fé cristã sempre bombardeiam os alunos do ensino médio e das universidades. Este livro serve como um antídoto excepcionalmente bom para refutar tais premissas falsas.

Geisler e Turek fizeram um trabalho brilhante. Eles mostram como o cristianismo responde questões que o ateísmo e outras religiões não são capazes de responder usando raciocínio direto, lógico e conciso. De quebra eles ainda dão umas dicas de como refutar os críticos da fé. Um livro que vale muito a pena.


Maravilhosa Graça (Philip Yancey) *****

maragraca

Neste livro, o premiado escritor Philip Yancey examina detalhadamente a graça divina. Se a graça é o amor de Deus para os que não a merecem, ele pergunta, então que aparência ela tem em ação?

Yancey coloca a graça no meio de imagens cotidianas complexas, compara o seu caráter com a horrenda “falta de graça”. A graça pode sobreviver no meio de tais atrocidades como o holocausto nazista? Ela pode triunfar sobre a brutalidade da Ku Klux Klan?

Yancey tenta fugir de explicações muito aprofundadas na filosofia, até porque a graça não é tão fácil assim de se definir com palavras, ao invés disso mostra o que é a graça, e também o que ela não é. A graça superabunda onde abunda o pecado (Romanos 5:20), mas de maneira alguma a graça é motivação para insistirmos no erro, é justamente o contrário.

A graça é um conceito tão elevado que não existe nada similar em nenhuma religião, é ela que define o tipo de pessoas que somos, e o Deus a quem servimos. Ninguém pode acusar os cristãos de ter copiado isso de outra religião, a graça é tão excelente que só pode ter nascido da mente de Deus. Esse Deus que amamos e que somos por Ele tão amados, tão incondicionalmente.

“Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, abundou  sobre muitos.” (Romanos 5:15)

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Aproveitando para mais uma republicação. Sobre José Luis de Jesus Miranda, fundador da seita Creciendo en Gracia, o homem que alega ser Deus Homem.

Escrevi este texto em setembro de 2005, ele circulou em vários pontos da Internet, inclusive em blogs da própria seita Creciendo en Gracia. No final do texto faço umas observações e atualizações:

O porto-riquenho José Luis de Jesus Miranda parece um simples evangelista, mais um como tantos ao redor do mundo. É essa a impressão pra algum desavisado que acesse o site da igreja do Apóstolo José Luis, o ministério Creciendo En Gracia sem se deter muito ao que está escrito. Parece só mais um pastor, só mais uma igreja.

Mas só parece. Acontece que José Luis de Jesus Miranda alega ser Deus. Não, não é metáfora não, é isso mesmo, ele diz ser o Todo-poderoso em forma humana, que veio salvar os seus predestinados deste mundo. Seitas não são coisa incomum na história, mas geralmente seus fundadores se consideram “enviados de Deus”, não é esse o caso, José Luis diz que é Deus mesmo.

Vai além até do que o folclórico Inri Cristo. Inri diz ser a reencarnação de Jesus, mas segundo Inri, Jesus (e conseqüentemente ele mesmo) não é e nunca foi Deus, Inri não acredita na Trindade. Já o apóstolo afirma: é Deus-Pai, Iahweh, o Senhor dos Exércitos do Antigo Testamento. E que é Jesus também, José Luis também não crê na Trindade, diz que Deus é um só, então ele é o Pai, o Filho e o Espírito Santo… em carne e osso.  (*)

Piada? Loucura? Brincadeira de mau gosto? Bom, pra seus seguidores que já se espalharam por 24 países (inclusive o Brasil), tudo isto é muito sério. É só visitar as comunidades do ministério que existem no Orkut.

Uma membra conta numa das comunidades da emoção de quando viu “Deus” face a face “NOSSA SEM PALAVRAS PRA AKELA NOITE!!!!FOI INESQUECIVEL !!!!!GENTE DEUS BEIJA NA BOCA …EU VI, NOSSA EMOCIONANTE!!!!”. (Nota: devo dizer que também não entendi essa de “Deus” beijar na boca, e não sei porque prefiro continuar não entendendo). Outro comenta: “Foi a realização de um sonho, poder cantar para Deus mesmo, uma idéia que tinhamos que no céu os anjos cantavam e tocavam diante de Deus e de-repente estava eu alí cantando nos céus diante de Deus…. Estar diante de Deus é do caralho o bagulho é foda.”

Além de crer que seu líder espiritual é o próprio Deus encarnado, a seita prega entre outras coisas, que o pecado não existe mais, que todos os apóstolos de Cristo, com exceção de Paulo, são pregadores do falso “Evangelho da Circuncisão”, acusando especialmente a Pedro. Têm como verdade os escritos do Apóstolo Paulo, o resto segundo eles é “coisa pra judeu”. Estas “coisas pra judeu” incluem a maior parte do Novo Testamento.

Os fiéis acreditam também que todas as religiões (especialmente as cristãs) formam um “sistema religioso mentiroso e hipócrita”. Afinal, todas as religiões cristãs pregam que existe o pecado (e segundo eles, não existe pecado), e são adeptas do tal do “evangelho da circuncisão” . O único motivo deles não dizerem que todas as outras religiões são do diabo é porque, pra eles, Satanás não existe mais. O Diabo teria morrido quando Jesus morreu na cruz.

Outra coisa que chama atenção nos seguidores é que são de fato muito fanáticos, entram em fóruns evangélicos e católicos para pregar a doutrina, e odeiam ver a doutrina ser difamada ou discutida por outros. Nas comunidades do ministério no Orkut chegam a expulsar quem pergunta demais e apagar as perguntas que não agradam.

Eu sei que é feio desrespeitar a fé dos outros, mas confesso que é extremamente difícil levar tamanha quantidade de baboseira a sério. Quando esteve em São Paulo, “Deus” declarou que não conhecia a cidade, não falou uma palavra em português, e contava com a escolta de seguranças, um tanto estranho pra quem é onisciente e onipotente.

Pra quem quer saber mais: http://www.cacp.org.br/cresciendo.htm

Rogério – Setembro de 2005.

Observações:
(*) Na verdade a Creciendo en Gracia crê na Trindade, mas  de um modo modalista, ou seja, que  o Pai, o Filho, e o Espírito Santo atuam mas um de cada vez, não de forma contínua.

A partir de 2006, José Luis, auto-intitulado como Jesus Homem, resolveu declarar guerra de vez ao que ele chama de “Jesus de Nazaré”, ou a maneira como as pessoas crêem em Jesus normalmente, e passou a assumir o símbolo 666 ou SSS, sendo que muitos membros da seita passaram a fazer tatuagens assim. Segundo  ele, ele é o anti-cristo no sentido de ser contra o “Jesus de Nazaré”.

“Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação; que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal.” (Apóstolo Paulo, em I Timóteo 1:15)

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Tenho uma “bronca” em relação a música gospel, é que ela pouco fala da nossa vida real.

A nossa vida de cristão na maior parte do tempo é dura. E cadê a música gospel pra retratar a nossa vida como ela realmente é?

Temos problemas que nem sempre se resolvem como gostaríamos. Temos decepções, doenças, traições, dificuldades de todo o tipo. Além de louvar a Deus, a música cristã devia retratar também a vida da gente, os cristãos normais. A vida de ninguém é só prosperidade, conquista, ou toda sorte de bênçãos pra direita, pra esquerda, pra frente e pra trás
. Nem sempre a gente vê as comportas do céu se abrindo e caindo toda aquela chuva de bênçãos que escorrem de tantos hinos.

A vida de nenhum herói da fé na Bíblia foi um eterno mar de rosas, que é que tem adimitir que a vida do cristão também não é só bênçãos e vitórias?

De vez em quando a gente se sente bem que quando sabe quenão está só na nossa dor, a gente se conforta em ouvir que tem gente sentindo igual a gente. É uma pena que poucos artistas cristãos hoje em dia se dispõem a mostrar que viver de vez em quando também implica em dor.

Às vezes é bom ouvir que “everybody hurts” … (“todos se machucam”, música do R.E.M., banda “secular”). A música secular retrata estes aspectos da vida muito bem, já a música gospel raras vezes toca no assunto, poucos artistas, a maioria destes estrangeiros.

Um dia conversava com um colega cristão sobre a música “Boulevard of broken dreams” (alameda dos sonhos despedaçados) do Green Day, sobre a incapacidade de uma letra como aquela surgir no meio cristão. Nós não queremos adimitir em música que até os nossos sonhos podem ser despedaçados.

Talvez alguém diga que isso que escrevi é bobagem, que música cristã tem que falar é só de Deus mesmo, que dar esperança é justamente só cantar vitória. Mas, na minha opinião, isso é meio que negar a realidade.

E veja bem, não estou desprezando o que chamamos de “louvor” aquela música específica em louvar a Deus, também não estou dizendo que todas as canções devem conter lamúrias, até porque nossa vida também não é só tristeza, temos vitórias e bênçãos TAMBÉM.

Só acho que os artistas cristãos precisavam cantar coisas mais próximas da nossa realidade, e não só apregoar uma vida irreal onde só há bênçãos sem fim.

“Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.” (Romanos 10:9,10)

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por C. S. Lewis
Do livro Cristianismo Puro e Simples

“Deus deu à espécie humana aquilo que eu chamo bons sonhos: quero dizer, histórias piegas espalhadas pelas religiões pagãs acerca de um deus que morre e regressa à vida e, pela sua  morte, de algum modo, dá vida nova ao homem. Ele também escolheu um povo particular e gastou vários séculos a martelar nas suas cabeças o tipo de Deus que Ele era – que Ele era Um e que Ele se preocupava com a boa conduta. Essa gente eram os Judeus e o Velho Testamento dá-nos conta do processo da martelada.

É aí que entra o verdadeiro choque. Entre estes Judeus, de repente há um homem que começa a falar como se Ele fosse Deus. Ele diz que perdoa os pecados. Ele diz que Ele existiu sempre. Ele diz que vem para julgar o mundo no fim dos tempos. Aqui tenhamos isto claro. Entre os Panteístas, como os Indianos, qualquer um pode dizer que é uma parte de Deus, ou um com Deus: isto não será nada estranho. Mas este homem, que era Judeu, não podia querer dizer que era esse tipo de Deus. Deus na língua daquela gente, significava o Ser fora do mundo que tinha feito o mundo e que era infinitamente diferente de qualquer outra coisa. E quando se percebe isto, pode-se ver como o que aquele homem dizia era, simplesmente, a coisa mais chocante alguma vez sussurrada por lábios humanos.

Uma parte da pretensão tende a passar ao nosso lado despercebida porque a ouvimos tantas vezes que já não sabemos de que se trata. Estou a falar da pretensão de perdoar os pecados: quaisquer pecados. A não ser que quem diz isto seja Deus, isto é tão prepóstero como cómico. Todos podemos compreender como um homem perdoa as ofensas contra si próprio. Pisas-me o dedo do pé e eu desculpo-te, roubas-me o dinheiro e eu desculpo-te.

Mas o que pensar de um homem, que não foi roubado ou pisado, que anunciou que te perdoou por ter pisado os dedos do pé de outro homem e roubado o dinheiro de outro homem? Fatuidade asinina é a descrição mais moderada que daríamos a esta conduta. Contudo, isto é o que Jesus fez. Ele disse às pessoas que os seus pecados estavam perdoados sem nunca ter esperado para consultar todas as outras pessoas a quem aqueles pecados tinham sem dúvida prejudicado. Ele comportava-se deliberadamente como se Ele fosse a principal parte interessada, a pessoa mais gravemente ofendida com todas as ofensas. Isto só faz sentido se Ele for realmente o Deus cujas leis são quebradas e cujo amor é ferido com cada pecado. Na boca de quem quer que não seja Deus estas palavras implicariam o que eu só consigo classificar como tontice e presunção nunca antes rivalizadas por qualquer personagem na história.

Porém (e isto é a coisa estranha e significativa) mesmo os Seus inimigos quando liam as Escrituras, não ficavam usualmente com a impressão de tontice e presunção. Ainda menos ficarão os leitores sem preconceito. Cristo diz que Ele é humilde e doce e nós acreditamo-lO, não reparando, que se Ele fosse meramente um homem, humildade e doçura são das últimas características que poderíamos atribuir a algumas das Suas palavras.

Estou a tentar aqui evitar que alguém diga a coisa realmente idiota que as pessoas dizem muitas vezes d’Ele: ‘Estou pronto a aceitar Jesus como um grande mestre de moral, mas não aceito a Sua pretensão de ser Deus.’ Esta é a coisa que não devemos dizer. Um homem que fosse meramente homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre de moral. Seria ou um lunático – ao nível de um homem que diz que é um ovo escalfado – ou então seria o Diabo do Inferno.

Temos que fazer a nossa escolha. Ou este homem era, e é, o Filho de Deus ou então é um louco ou qualquer coisa pior. Pode-se ignorá-lo como um louco, pode-se cuspir-Lhe e matá-Lo como um demónio; ou pode-se cair a Seus pés e chamar-Lhe Deus e Senhor. Mas deixemo-nos de vir com disparates condescendentes acerca d’Ele ser um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa saída. Ele não fez tenções disso”.

“Fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele propôs para a dispensação da plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra.” (Efésios 1:9,10)

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Tema recorrente em comunidade evangélica no Orkut: “Se Deus é justo porque ele não aceita as pessoas de todas as religiões? Por que só a religião de vocês é certa? Aqui a resposta que dei a um tópico destes no Orkut.

“Bom, eu creio que sigo o Deus verdadeiro.

O Deus verdadeiro é verdadeiramente Deus, por isso mesmo Ele é o que Ele é, e não o que eu quero, acho, gostaria…

Isso de “todo mundo está certo” é uma enorme mentira! Por exemplo, se os budistas estão certos os cristãos estão errados. Não é possível todos estarem certos. Essa é a verdade. Com a verdade não dá pra negociar, “refletir”, etc. A verdade é uma só. Não há margem pra especulação. A verdade não serve para agradar a todos – na verdade ela sempre desagrada alguém.

Deus não castiga as pessoas que não crêem, Deus deu o Seu próprio filho unigênito em sacrifício para salvar a todos. Para salvar-se é só preciso crer. A salvação é pela graça e de graça. Vai pro inferno quem não aceita o sacrifício que Deus fez por todos nós. Daí a própria pessoa paga pelos próprios pecados, cada um escolhe, pode-se reconhecer a pequenes, se entregar a Cristo e se salvar, ou pode viver pra si mesmo, rejeitar Jesus e pagar pelos próprios pecados. Sim, isso é muito justo, injusto seria as pessoas errarem e ficarem impunes.

As igrejas evangélicas são meras organizações necessárias neste mundo (podemos dizer que são necessárias numa espécie de “burocracia”), elas não podem salvar ninguém. Mas quando falamos da verdade, as igrejas evangélicas são as únicas que ensinam a verdade que liberta: que há um só Deus, que Jesus morreu pra nos salvar, que Ele nos deu sua Palavra para que possamos ter salvação. Há muitos ensinamentos de sabedoria nas religiões, mas a salvação de nossas almas se dá pelo crer que Cristo nos salvou, e não por ter ou não sabedoria.

Quanto a casos específicos do tipo “ah, mas quem nunca ouviu de Jesus?”, “e quem viveu numa tribo isolada?” ou “quem não teve chance?”, saiba que só Deus é verdadeiramente justo e vai julgar cada um com justiça.

O juízo pertence a Ele, e ninguém vai sofrer sem ter merecido. Mas saiba que todos nõs merecemos o inferno, todos pecamos, todos merecemos a morte, não fosse Cristo morrer para os que cressem, ninguém poderia ser salvo.

Deixe que aqueles que não conheceram a Deus ser julgado pelo próprio Deus, se eles não tiveram a chance, vc tem!

A Paz.”

Quem lê isso até pensa que eu sou fundamentalista, e sou mesmo… rs. Pior coisa é gente dizer que tem fé em tudo, “todos os caminhos levam a Deus”. Quem crê assim está frito! Melhor até não crer do que tentar recriar um Deus a sua própria imagem e semelhança, reconheçamos Deus é supremo, nós somos humildes criaturas, devemos ficar alegres todos os dias com a oportunidade que Ele nos deu de considerar filhos Dele. Pense que o ser que criou o Universo é o seu próprio Pai, te ama mesmo quando não merece, viveu, morreu e ressuscitou por você. Isso não te toca?! Se não, este post deve ter te chateado um bocado, mas eu continuo com a verdade.

“Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano.”- Salmos 143:10

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Trecho do livro “Não tenho fé suficiente para ser ateu” de Norman Geisler e Frank Turek

“Um jovem é levado diante de um juiz por dirigir embriagado. Quando seu nome é anunciado pelo meirinho, percebe-se um suspiro no tribunal – o réu é o filho do juiz! O juiz espera que seu filho seja inocente, mas a evidência é irrefutável. Ele é culpado.

O que o juiz pode fazer? Ele é pego num dilema entre a justiça e o amor. Uma vez que seu filho é culpado, merece punição. Mas o juiz não deseja punir seu filho por causa do grande amor que tem por ele.

Relutantemente anuncia:

– Filho, você pode escolher entre pagar uma multa de R$5.000,00 ou ir para a cadeia – o filho olha para o juiz e diz:

– Mas, pai, eu prometi que vou ser bom de agora em diante! Serei voluntário no programa de distribuição de sopa aos necessitados. Vou visitar uma pessoa de idade. Vou abrir uma casa para cuidar de crianças que sofreram abuso. Nunca mais vou fazer outra coisa errada de novo! Por favor, deixe-me ir! – implora o filho. Neste momento, o juiz pergunta:

– Você ainda está bêbado? Você não consegue fazer tudo isso. Mas mesmo que pudesse, os seus atos bondosos futuros não podem mudar o fato que você já é culpado por ter dirigido embriagado.

De fato, o juiz percebe que boas obras não podem cancelar más obras! A justiça perfeita exige que seu filho seja punido por aquilo que fez. Sendo assim, o juiz repete:

– Sinto muito, meu filho. Assim como eu gostaria de permitir que você fosse embora, estou atado pela lei. A punição para esse crime é pagar R$5.000,00 ou ir para a cadeia!

– Mas pai, você sabe que eu não tenho R$5.000,00. Deve existir outra maneira de evitar a cadeia!

O juiz levanta e tira sua toga Desce do seu lugar elevado e chega ao mesmo nível em que está seu filho. Olhando bem direto em seus olhos, põe a mão no bolso, tira R$5.000,00 e estende ao filho. O filho está surpreso, mas ele entende que existe apenas uma coisa que pode fazer para ser livre: aceitar o dinheiro. Não há nada mais que possa fazer. Boas obras ou promessas de boas obras não podem libertá-lo. Somente a aceitação do presente gratuito de seu pai pode salvá-lo da punição certa.

Deus está numa situação similar à daquele juiz – ele está preso num dilema entre sua justiça e seu amor. Uma vez que todos nós pecamos em algum momento de nossa vida, a infinita justiça de Deus exige que ele puna aquele pecado. Mas por causa do seu amor infinito, Deus deseja encontrar uma maneira para evitar nos punir.

Qual era a única maneira de Deus permanecer justo mas não nos punir por nossos pecados? Ele deve punir um subistituto sem pecado que voluntariamente aceita a punição que nos é devida (sem pecado significa que o substituto deve pagar por nossos pecados, e não pelos seus próprios; voluntári porque seria injusto punir um substituto contra sua vontade). Onde Deus pode encontrar um substituto sem pecado? Não na humanidade pecaminosa, mas apenas em si mesmo. Na realidade, o próprio Deus é o substituto. Assim como o juiz desceu de seu lugar para salvar seu filho, Deus desceu dos céus para salvar você e eu da punição. Todos nós merecemos a punição. Eu mereço. Você merece.

“Mas eu sou uma boa pessoa!”, você diz. Talvez você seja “bom” comparado a Hitler ou até mesmo ao seu vizinho. Mas o padrão de Deus não é Hitler nem o homem que mora na casa ao lado da sua. Seu padrão é a perfeição moral, porque sua natureza imutável é a perfeição moral.

De fato, o maior mito no qual se acredita hoje em dia quando se trata de reiligião é que “ser bom” vai fazer você chegar ao céu. De acordo com essa visão não importa aquilo que você crê, contanto que seja uma “boa pessoa” e que haja uma maior quantidade de boas obras do que de más. Mas isso é falso, porque um Deus perfeitamente justo deve punir as más obras independentemente de quantas boas obras alguém tenha realizado. Uma vez que pecamos contra um Ser eterno – e todos nós pecamos -, merecemos uma punição eterna, e nenhuma obra pode mudar esse fato.

Jesus veio para nos apresentar uma maneira de nos livrarmos dessa punição, oferecendo-nos vida eterna. O paraíso perdido no Gênesis torna-se o paraíso encontrado no Apocalipse. Desse modo, quando Jesus disse “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14:6), ele não estava fazendo uma afirmação arbitrária, mas uma declaração que refletia a realidade do Universo. Jesus é o único caminho porque não existe outra maneira pela qual Deus possa conciliar sua justiça infinita e seu amor infinito (Romanos 3:26). Se houvesse alguma outra maneira, então Deus permitiu que Cristo morresse por nada (Galátas 2:21).

Tal como o pai fez por seu filho embriagado, Deus satisfaz sua justiça ao punir a si mesmo por nossos pecados e estender esse pagamento a cada um de nós. Tudo o que precisamos fazer como objetivo de sermos libertos é aceitar o presente. Existe apenas um problemaÇ assim como o pai não pode forçar seu filho a aceitar o presente, Deus não pode nos forçar a aceitar seu presente. Deus nos ama tanto que ele até mesmo respeita nossa decisão de rejeitá-lo.”

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14:6)

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O texto a seguir já circula na Internet já há alguns anos, especialmente por e-mail:

“No estado em que me achava, meio acordado, meio dormindo, me vi dentro de uma sala. Não existia nada de interessante nela, exceto uma parede cheia de gavetas para cartões. Aqueles cartões que existem em bibliotecas públicas, de arquivo de livros, etc. Mas estes arquivos, além de irem do chão ao teto, pareciam não ter fim e tinham também títulos bem diferentes.

Quando me aproximei destes arquivos, o primeiro título a me chamar atenção foi “Garotas de quem eu gostei”. Abri-o e comecei a ver os cartões um por um, para logo fechar a gaveta, surpreso em reconhecer os nomes ali escritos.

De repente, sem ninguém precisar me dizer, descobri onde estava. Esta sala sem vida, era, na realidade, o catálogo da minha vida. Aqui estava tudo organizado por ações, todos os meus momentos, grandes e pequenos, em detalhes que minha mente não podia acompanhar. Um senso de curiosidade e espanto, misturado com horror surgia dentro de mim ao abrir cada gaveta para descobrir seu conteúdo. Algumas me traziam belas alegrias e contentamento, saudade e memórias. Outras me traziam uma vergonha tão grande que olhei por detrás de mim para ver se havia alguém me espiando.

O arquivo intitulado “Amigos” estava ao lado do arquivo “Amigos que traí”. Os títulos iam do mero mundano à extrema loucura: “Livros que li”, “Mentiras que contei”, “Conselhos que dei”, “Piadas das quais ri”. Alguns eram hilariantes devido à sua exatidão: “Coisas que gritei aos meus irmãos”. Em outros não havia a menor graça: “Coisas que fiz quando estava com raiva”, “Palavras que proferi contra meus pais por trás deles”. Eu não parava de me surpreender com cada conteúdo que se apresentava. Alguns arquivos tinham normalmente mais cartões do que eu esperava. E outras vezes, menos do que eu sonhava. Eu estava estupefato com o volume de coisas que fiz durante minha curta vida. Como eu pude ter tido o tempo necessário para escrever esses milhões e milhões de cartões, cada um em sua exatidão?!? Mas cada cartão confirmava uma verdade. Cada um deles eu havia escrito com meu próprio punho e constava a minha assinatura em todos.

Quando puxei o arquivo “Erros que cometi”, vi que o arquivo crescia para conter todo o seu conteúdo. Depois de puxar uns 4 ou 5 metros resolvi fechá-lo mais envergonhado do que nunca. Não somente pela qualidade depravada do seu conteúdo, pelas pessoas que magoei e também pelo vasto tempo perdido em minha vida que todo aquele arquivo representava.

Cheguei então num arquivo intitulado “Atitudes imorais”. Senti um calafrio percorrer todo o meu corpo. Abri a gaveta somente um pouquinho, pois não estava a fim de testar o tamanho, e tirei um dos cartões. Fiquei todo arrepiado com o conteúdo. Senti-me muito mal em saber que estes momentos haviam sido gravados. Uma raiva animal tomou posse de mim. Um pensamento então me disse: “Ninguém deve saber da existência desses cartões! Ninguém deve entrar nesta sala! Tenho que destruir tudo!”. Em frenéticos e loucos movimentos puxei uma das gavetas, estendendo metros e metros de conteúdo infinito. O tamanho do arquivo não importava. Nem o tempo que eu levaria para destruí-lo.

Quando a gaveta saiu, joguei-a no chão, de cabeça para baixo, e descobri que todos os cartões estavam grudados! Fiquei desesperado e peguei um bolo de cartões para rasgá-los. Não consegui. Peguei um só então. Era duro como aço quando tentei rasgá-lo. Derrotado e cansado, retornei a gaveta de volta ao seu lugar e encostando minha cabeça contra a parede, deixei um triste suspiro sair de mim.

Foi então que eu vi: um arquivo novo, como se nunca tivesse sido usado. A argolinha para puxar brilhando de limpa debaixo do título “Pessoas com quem falei de Cristo.” Puxei o arquivo – 5 centímetros de comprimento. Eu podia conter os cartõezinhos em minha mão. Aí, então, as lágrimas vieram. Comecei a chorar. Soluços tão profundos que machucavam meu estômago e me faziam tremer todo. Caí de joelhos e chorei mais e mais. Chorei de vergonha, de pura vergonha. A infinita parede de arquivos, já embaçada pelas minhas lágrimas olhava de volta para mim, imóvel, insensível. Pensei: “Ninguém pode entrar aqui. Tenho que trancar esta sala e destruir ou esconder a chave.”

Quando tentava enchugar as lágrimas eu O vi. Não! Ele não! Não aqui! Todo mundo, menos Jesus! Olhei-O, sem poder fazer nada, enquanto ele aproximou-se das gavetas e começou a abrí-las, uma por uma, lendo os seus conteúdos. Eu não podia ver a qual era a Sua reação. Nos momentos em que tomava coragem suficiente para olhar em Seu rosto, eu via uma tristeza bem mais profunda do que a minha. E parece que Ele ia exatamente nos piores títulos. E Ele tinha que ler cartão por cartão? Finalmente, Ele virou-se e ficou me olhando, desde o outro lado da sala onde estava. Olhou-me com dó em Seus olhos. Não havia nenhuma raiva. Abaixei a cabeça e comecei a chorar, cobrindo minha face com as mãos. Ele andou até mim, abraçou-me, mas não me disse nada. Ah! Ele poderia ter dito tantas coisas! Mas não abriu a boca. Simplesmente chorou comigo.

Depois, levantou-se e dirigiu-se para a primeira fila de arquivos. Abriu a primeira gaveta, numa altura que eu não alcançava, tirou o primeiro cartão e assinou o Seu nome. E assim começou a fazer com todos os cartões. Quando percebi o que Ele estava fazendo gritei “Não!” bem alto, correndo em Sua direção. Tudo o que eu podia dizer era: “Não!” “Não!”. Seu nome não deveria estar nestes cartões. Mas ali estava, escrito num vermelho tão rico, tão escuro e tão vívido. O nome de Jesus cobriu o meu. Estava escrevendo com Seu próprio sangue. Ele olhou para mim um tanto triste e continuou a assinar. Nunca entenderei como Ele assinou todos os cartões tão depressa, pois quando me dei conta, Ele já estava ao meu lado. Colocou a mão no meu ombro e disse-me: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões, e dos teus pecados não me lembro”, “Está consumado.” Levantei-me e Ele levou-me para fora daquela sala. Não existia fechadura na porta, e ainda existem muitos cartões a serem escritos…
Se você se sente da mesma maneira, ainda há tempo de você mudar, e deixar Jesus usá-lo como instrumento para que o Seu amor possa tocar em outras vidas.
Meu arquivo “Pessoas com quem falei de Cristo” está um pouquinho maior agora.”

(Autor Desconhecido)

“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:5)

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Deus

Que outra prova você quer de Deus?
Assinaturas com firmas registradas de Lucas, João, Marcos e Mateus?
Mais nada???
Não quer um xerox do testamento de Abraão?
Uma foto da despedaçada Arca de Noé?
As folhas secas das parreiras de Eva ou Adão?
Não quer o video-tape das Leis dadas a Moises?
(…)
Quer um “slide” colorido da Torre de Babel?
Quer o sermão da montanha gravado em fita?
Quer a luneta de quem viu abrir o céu?
Quer a mesa da Santa Ceia arrumada e bonita?
Quem sabe o galo que cantou duas vezes?
Ou quer a coroa que rasgou a fronte de Cristo?
(…)
Você quer prova, eu darei, não desisto!
Quer o original do reposter das Oliveiras?
Quer o filme da caminhada do Calvário?
Quer a corda que, talvez, Judas fez a besteira?
Já ví, você quer tirar Deus do seu dicionário!
Pois então, materialista de meia pataca,
Entre com seus sábios num laboratório, de uma vez
E com toda sua ciência imbecil e fraca,
Faça um homem como só Deus fez:
Com raciocínio, personalidade,
Com liberdade unida a responsabilidade,
Coloque fé e graça
E dê-lhe talentos para sair pelo mundo
Assim Deus morrerá na história que passa.
Mas se não conseguir nas tentativas,
Humilhe-se, reconhecendo o erro
E colocando sua genialidade em desterro.
Saiba que somos nada sem Ele,
Viemos e iremos para Ele.
(…)
Eu quero morrer pedindo Sua mão.
Vou caminhando,
Tropicando,
Errando,
Levantando,
Mas reconhecendo que Deus é bom,
E gritando a todo segundo:
Santificai esse mundo!
Shalom! Shalom! Shalom!

(Poema de Neimar de Barros)

“Ah! Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com o teu braço estendido! Nada há que te seja demasiado difícil!” (Jeremias 32:17)

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Um bom texto que eu encontrei postado no Orkut. Colocando pra compartilhar com todo mundo e pra ficar mais fácil pra eu mesmo encontrar depois. Esses textos costumam se perder rápido no meio dos tópicos.

Robinson Cavalcanti em 29/07/2003
Certa vez, em um congresso de juventude, em um estudo sobre afetividade, um rapaz encaminhou a seguinte pergunta: “O que o senhor acha de se namorar uma moça do mundo?” A minha resposta foi: “Parabéns por sua normalidade. Estaria preocupada se você estivesse namorando uma ET.” Em nossas igrejas, artistas dão testemunho, dizendo que deixaram de cantar ou tocar “no mundo”. Talvez já tenham contratos para atuar em Marte ou Vênus, ou para fazer uma exibição para as potestades angélicas…

O MUNDO

Um problema de tradução de vários termos do grego para um só vocábulo em português tem concorrido para distorções teológicas de trágicas implicações.

Pode parecer contraditório que Jesus Cristo tenha dito que o Seu reino não era deste mundo (Jo 18:36), enquanto afirma que Deus amou o mundo ao ponto de por ele sacrificar o Seu filho. E, ainda, nos ensina em sua oração: “Assim como Tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei as mundo” (Jo. 17:1. O apóstolo do amor, João, também parece contraditório: “Não ameis o mundo, nem as coisas do mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” ( I Jo. 2:15). Estaria João pedindo que fossemos contrários a Deus, não amando o mundo que Ele amou?

Deus criou o mundo, o universo (kosmos) e ama a sua criação. No universo da criação Ele incluiu o nosso mundo particular, a terra (geo) e também a ama. A terra, a natureza e as criaturas (oikumene) caíram, mas Deus, mas Deus não os desprezou, Deus havia planejado um estado de coisas perfeito, diferente do atual (aion), com o qual devemos nos inconformar, esperando um mundo novo (aiones), quando, por fim, viveremos em um mundo pleno (aionios).

Assim, a questão não é espacial: a rejeição do planeta, da vida, da história, da sociedade, das pessoas, do Estado, do corpo, mas ontológico e moral: as formas de pensar, de agir, de organizar, que são contrários ao projeto de Deus.

Escrevi em meu livro Cristianismo e Política: “Quando amamos os homens estamos rejeitando “O mundo” (que não ama, mas odeia); quando lutamos pela justiça, pela paz e pela liberdade no mundo (valores do Reino) estamos rejeitando “o mundo” (que é injusto, conflituoso e escravizador); quando penetramos no mundo rejeitamos “o mundo” (que é egoísta e alienante). O que assumimos é mais do que vida e ministério em um tempo dado (chronos), mas no tempo marcado pela Providência, designado por Deus para nossa missão (kairós). O que João está rejeitando? “… a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida…”, ou seja, o pecado. A isso ele chama, metaforicamente, de “Mundo”. “A isso rejeitamos; aos homens amamos”.

MUNDANIDADE

Deus entregou às criaturas humanas um mandato cultural, de gerenciar o mundo, dando continuação à obra da criação, segundo o seu projeto original. Deus exerce a sua Providência sobre o mundo, nele estabelece Alianças, a ele se revela e nele encarna. Jesus Cristo foi completamente humano em tudo, menos no pecado, e um ser cultural, completamente integrado à vida social do seu tempo e lugar, assumindo a sua cultura. Por fim, Ele nos enviou ao mundo.

Foi o evangelista Charles Finney quem afirmou que a tarefa do cristão era transformar o mundo. E não se transforma o mundo sem nele participar. É uma heresia dos desobedientes, dos medrosos, dos preconceituosos e dos acomodados a atitudes de isolamento dentro das quatro paredes da igreja, o separatismo, a alienação de um falso “triângulo da felicidade”: “trabalho – lar – igreja”, sem o exercício responsável de cidadania, como “sal” e “luz”.

É a falsa “teologia” do “crente não se mete nisso” ou “isso não é lugar para crente”. Ou essa gente não leu os evangelhos, ou não aprendeu nada com a vida de Jesus. Assim, a desobediência leva à não-influência na vida pública: cidadania, cultura. Assim, nos ausentamos dos esportes, das ciências, da literatura, das artes, das manifestações folclóricas.

Assim, não vivemos, mas somos apenas pré-cadáveres.

No Brasil, uma ênfase particular contra tal “mundo” se refere à nossa cultura, por suas raízes íbero-católicas, ameríndias ou africanas. Por esse raciocínio, des-mundanizar-se seria des-brasileirar-se.

MUNDANOS

Eis o âmago da questão:

1. Somos todos seres humanos, e não anjos, seres sociais e não eremitas, terráqueos e não marcianos, e vivemos culturalmente: língua, roupa, culinária, arte, direito, religião, costumes, valores, estilos, etc. o mundo é um mundo pluricultural, e todos os cristãos vivem em uma cultura, como Jesus viveu na dele;

2. Todos as culturas, por serem produzidas por comunidades de pessoas, são ambíguas, têm aspectos positivos e negativos, refletem tanto a imagem de Deus quanto o pecado. As culturas (para a Antropologia) não são piores ou melhores, são diferentes. Cada uma tem virtudes e fraquezas. As culturas não podem ser nem sacralizadas (tidas como absolutas, imutáveis, e acima de tudo), nem demonizadas (rejeitadas em sua totalidade, como perversos);

3. A cultura judaica não era sagrada, nem normativa, nem pode servir, automaticamente, e em um salto histórico, como paradigma para hoje. Ela foi, em sua ambigüidade, um espaço para a revelação, e tem, por isso, muito que nos ensinar. Mas, seria um absurdo, o cristão desbrasileirar-se para judaizar-se;

4. A igreja primitiva também tem sido mitificada. Apesar de sua proximidade temporal com Jesus, também tinha os seus problemas. Não se pode reproduzi-la dois mil anos depois, o que seria negar a História e a atuação do Espírito Santo nesses vinte séculos;

5. A atitude sectária isolacionista de alguns cristãos contradiz a destinação dos seres humanos na ordem da criação (mandato cultural) e o “ide” para ser “sal” e “luz” no mundo, e não fora dele. Esses cristãos seguem o modelo dos essênios, e não o exemplo de Jesus;

6. É compreensível a valorização das culturas onde o cristianismo (e, particularmente, o cristianismo reformado) teve uma maior influência. Mas não devemos mitificá-las, esquecidos do seu lado pecaminoso, dos seus exageros e esquisitices, tantas vezes erroneamente identificados como Reino de Deus. Não estamos na Alemanha do século XVI, ou na Inglaterra do século XIX, nem devemos querer ser o sul dos Estados Unidos, a Irlanda do Norte, ou a África do Sul do século XX. Enveredar por esse caminho não torna ninguém mais cristão, apenas “americanalhado”…

Pela providência de Deus, somos brasileiros e temos a nossa nacionalidade. Pela graça de Deus, temos a nossa cultura e a nossa maneira de ser. Somente com o nosso amor à brasilidade poderemos questionar e propor mudanças, à luz da Palavra e não de preconceitos importados de outras culturas.

A mundanidade é um fato. O mundanismo (vs. Santidade) não é uma questão de exterioridade, mas o nosso interior (obra da carne vs. Fruto do Espírito). Testemunho não é dado em riste, hipocrisia, anacronismo ou estrangeirismo, mas vida de amor.

“E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)

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